Paridade de importação fez preço do gás de cozinha aumentar R$ 45 em três anos.
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Tempo de leitura: 4 min

Escrito por admin
em Maio 17, 2022

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Desde a adoção do preço de paridade de importação (PPI) para o gás de cozinha pela Petrobras, o custo do botijão para o consumidor já registra, em pouco menos de três anos, aumento de 64%, ou R$ 45 a mais, no orçamento de 98% das famílias brasileiras, que usam o combustível para cozinhar.

Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em setembro de 2019, um mês após a aprovação da nova política de preço da estatal também para gás de cozinha, o custo médio de um botijão de 13 kg era de R$ 68,85.

Atualmente, segundo o último boletim da ANP, divulgado neste último mês de maio, o preço médio é de R$ 113,11.

A partir da adoção do PPI, o preço do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) foi modificado pelo menos 20 vezes, segundo informações fornecidas pela Petrobras à imprensa.
De 31 de março de 2020 a abril deste ano, foram 17 aumentos consecutivos.

Já no dia 8 de abril, a empresa reduziu o valor nas refinarias, passando de R$ 58,21 para R$ 54,94 para o botijão de 13 kg.

Segundo o levantamento da imprensa, o preço do botijão de gás passou a representar uma parcela maior no orçamento dos brasileiros. Em 2019, o salário-mínimo no país era de R$ 998, quando o botijão concentrava 6,8% dos vencimentos naquele período.

Agora, em 2022, a remuneração mínima é de R$ 1.212 e o impacto do item é de 9,3% de um salário.

Magda Chambriard, consultora em energia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-presidente da ANP, explica que o Brasil não é autossuficiente na produção e fornecimento de GLP, porém, ela acredita que a Petrobras poderia tomar medidas para subsidiar o preço do produto para o consumidor brasileiro e conter os efeitos da paridade.

“A Petrobras poderia, por exemplo, diluir o preço do botijão de 13Kg, que é o utilizado na cozinha do brasileiro, nos demais combustíveis. A Petrobras tem uma responsabilidade social por ser por parte do Estado, então não é uma imposição de prejuízo, mas uma possibilidade de um agente monopolista estatal”, defende.

O presidente Jair Bolsonaro tem feito críticas à política de preços de paridade de importação da Petrobras e avalia que a medida é errada.

Em uma live, o presidente disse ainda que a estatal “não pode mais aumentar o preço dos combustíveis, isso é um crime”.

Para Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), deveria haver um subsídio permanente para a oferta do gás de cozinha direcionado a famílias de baixa renda e essa medida deve partir dos cofres do governo federal.

“O gás de cozinha está presente em 98% das casas brasileiras. Quando esse produto fica inacessível, as pessoas passam a usar materiais químicos perigosos para cozinhar, como lenha e até combustível. Isso é um problema gravíssimo. Então, uma solução seria pegar o valor do lucro do governo federal com a Petrobras ou arrecadação de royalties, e criar um programa permanente para garantir o abastecimento para os mais pobres”, destaca.

De acordo com dados da ANP, em 2022, a Petrobras foi responsável por 91,8% do fornecimento de GLP no Brasil. Já a Petrobras informou que, no primeiro trimestre desse ano, importou cerca de 32% do gás de cozinha que ofertou ao mercado interno.

O gás de cozinha teve um aumento de 23,2% nos últimos 12 meses, entre março de 2021 e março de 2022, segundo levantamento da imprensa, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A alta do produto supera, inclusive, o acumulado dos últimos 12 meses da inflação, que já chegou a 10,54%, de acordo com a última divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Petrobras reajustou o preço do produto para as distribuidoras, e o GLP passou de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo.

Para o economista e professor da Universidade Facha Fábio Neves, o preço, de forma geral, representará parte significativa dos custos mensais da população.

“Se a gente considerar, o famoso P-13, que é o preço do gás de cozinha, gira entre R$ 100 e R$ 130. Logo, o brasileiro que tem uma renda média de R$ 2 mil vai ter de 5% a 7,5% da renda comprometida com o botijão de gás”, disse.

“É um valor significativo porque temos que lembrar que há custos com energia elétrica, alimentação, transporte, entre muitas outras coisas”, destacou Neves.

O setor de restaurantes também se prepara para as mudanças provocadas pelo reajuste. Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, os estabelecimentos irão repassar o aumento para o cliente.

“Energia, aluguel, combustível e agora o gás, que é um insumo básico para quem lida com preparo de alimentos. Dificilmente esse aumento não irá parar no cardápio”, afirmou Solmucci.

Diante do cenário, o efeito substituição pode ganhar força, segundo Fábio Neves. Sem aumento na renda, a população vai abrir mão da preferência por alguns itens ou até mesmo reduzir o uso do botijão de gás.

Já os estabelecimentos vão ter que decidir entre mudar fornecedores, reduzir a margem de lucro ou apostar que o cliente pague a conta.

“Uma das possibilidades é utilizar menos. Não fazer comidas que necessitem de muito tempo de preparo, como bolo, por exemplo, que consome muito gás pelo tempo. Usar de uma forma mais racional para durar mais tempo na residência”, afirmou o economista.

“Já os setores como restaurantes devem buscar outros fornecedores para manter o mesmo preço e não abrir mão da margem de lucro, que vai reduzir de forma significativa. Ou o oposto disso, que seria repassar integralmente. Resta saber se o cliente está disposto a pagar”, concluiu.

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